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Os 6 passos necessários às empresas que querem fomentar a inovação

Giovanna Riato / 18 mar 2021Randon inovação
César Augusto Ferreira, Daniel Ely e Veridiana Sonego, das Empresas Randon, compartilham aprendizados para acelerar a construção de novas respostas.
Giovanna Riato - 18 mar 2021
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Nos últimos anos, as Empresas Randon passaram de uma organização industrial com alto potencial de inovação em produto para uma companhia com enorme fluência digital. O conglomerado, tradicional na produção de carretas de caminhões e autopeças, hoje trabalha em sintonia com o ecossistema de inovação e começa novos negócios baseados em serviços digitais, além de avançar na oferta de produtos promissores para o futuro.

A jornada de transformação das Empresas Randon não foi exatamente simples, mas certamente foi bem-sucedida e deixou vários aprendizados. Por isso, convidamos César Augusto Ferreira, diretor de Tecnologia e Inovação de Produto, Daniel Ely, CTO (Chief Transformation Officer) da organização, e Veridiana Sonego, diretora de Planejamento e Comunicação, para compartilhar as principais experiências e falar sobre os passos necessários às empresas que buscam abraçar a inovação.

Confira as seis recomendações-chave dos profissionais:

1 – SEJA GENTIL COM OS ERROS

“Antes as pessoas tinham muito medo de errar dentro da companhia. Agora, o erro é, inclusive, estimulado para que a gente consiga aprender com ele e chegar mais longe”, conta Veridiana. Segundo ela, o assunto é levado tão a sério que abrir este espaço para que as pessoas se arrisquem na hora de desenvolver novas soluções e, assim, cheguem a soluções melhores, foi um dos objetivos da transformação cultural que a companhia promoveu nos últimos anos. E ela garante: com mais aprendizado a partir dos erros, as novas soluções ganharam força.

Cesar complementa, destacando a importância deste traço cultural para o desenvolvimento de novos produtos: “O mais importante é aprender com cada erro e, com isso, acelerar os resultados”, diz. Ele lembra que todos os segmentos estão pressionados a alcançar ciclos de pesquisa e criação de soluções para o mercado cada vez mais curtos. Neste contexto, levar agilidade ao processo e adotar o conhecido “erre rápido” é essencial.

2 – TRATE O SISTEMA IMUNOLÓGICO DA EMPRESA

Toda organização tem um sistema imunológico mais ou menos fortalecido, que apresenta anticorpos ao novo. É essencial tratar ou até mesmo driblar esta dinâmica. Daniel fala a respeito:

“Quando começamos a nos conectar com o ecossistema de inovação, entendemos que, se fizéssemos isso de forma muito ampla, o sistema imunológico da empresa iria agir e o projeto não daria certo”

Para evitar esta reação, a organização criou a Randon Exo, célula exploratória de inovação, quase clandestina. A iniciativa tirou alguns profissionais de suas cadeiras dentro da companhia e levou eles a trabalhar com total autonomia em hubs e coworkings, mapeando oportunidades. O projeto deu tão certo que hoje está na quarta geração – com grandes resultados.

3 – VALORIZE OS TALENTOS DA CASA ANTES DE BUSCAR PROFISSIONAIS FORA DELA

É comum tentar acelerar a inovação ao contratar profissionais que já têm experiência nessa frente. Ainda assim, esse pode não ser o caminho mais recomendado. Daniel diz que as Empresas Randon optaram por criar um ambiente seguro para que os intraempreendedores que já estavam na companhia pudessem se expressar e propor projetos, uma mudança cultural. Veridiana considera esta como uma decisão fundamental para a aceleração da inovação:

“Em nenhum momento trouxemos algo ou alguém de fora que pudesse não dar match com a nossa cultura ou gerar ainda mais reação do nosso sistema imunológico. Foi uma transformação muito genuína e madura e, por isso, tão bem-sucedida”

4 – NÃO TENHA MEDO DE REVER O PORTFÓLIO

Em paralelo com a revolução cultural dos últimos anos, que vem provocando a maior transformação da indústria automotiva mundial desde a criação da linha de produção por Ford, as Empresas Randon têm investido muito na evolução de seus produtos. “A indústria automotiva está migrando para um modelo de geração de dados, substituição do produto por serviço e baixo carbono”, diz César. E complementa:

“Diante da mudança do mercado, temos investido em novos produtos e repensado o portfólio, ainda que isso signifique, de imediato, perder faturamento com uma solução que já oferecemos”

Segundo ele, só com uma boa dose de inquietude e coragem para pensar em novas ofertas para o mercado é possível assumir posição de vanguarda e puxar algumas evoluções. No caso das Empresas Randon, um dos exemplos que César cita é a carreta com tração auxiliar elétrica que a companhia desenvolveu, já adequada à busca por diminuir as emissões de dióxido de carbono do transporte, além de permitir que a empresa dê seus primeiros passos na direção da eletrificação veicular.

5 – RESULTADOS SÃO OS MELHORES ARGUMENTOS

Está com dificuldade para colocar parcela maior da companhia no barco da inovação? Antes de entrar na queda de braço, saiba que o melhor argumento é o bom resultado gerado pelas novas iniciativas. “O eventual ceticismo de algumas pessoas desapareceu quando os projetos começaram a render frutos”, conta Daniel.

Segundo ele, além dos bons resultados tangíveis, financeiros, há grandes consequências positivas na cultura da empresa a partir do momento em que ela se abre para a inovação e busca conexão com o ecossistema. “Isso traz um efeito de contágio e faz com que pessoas dos mais diferentes perfis e áreas também queiram desenvolver projetos novos”, conta, lembrando dos efeitos do Randon Exo.

6 – BUSQUE DAR PARA RECEBER

Os três executivos das Empresas Randon enfatizam a importância de trabalhar em rede, de estabelecer parcerias e, além de buscar soluções para a própria empresa, também contribuir com o ecossistema de inovação. “Temos consciência do nosso impacto e da importância de darmos a nossa contribuição para a comunidade”, diz Veridiana.

Como exemplos desta via de mão dupla, ela cita o Instituto Hélice, iniciativa das Empresas Randon com outras organizações do Rio Grande do Sul para lançar desafios às startups, e a Conexo, hub de inovação para empreendedores, intraempreendedores e outras companhias. Há ainda a Randon Ventures, braço dedicado ao investimento em startups e novos negócios, além do RTS Industry, unidade para aceleração e inovação em processos industriais. Outro exemplo da importância da colaboração é o Centro Tecnológico Randon (CTR), o maior centro tecnológico independente voltado ao setor automotivo da América do Sul. Além de ser um centro de testes para as Empresas Randon e para outras empresas do setor, em 2020 lançou o CTR Innovation Lab, um espaço para o desenvolvimento e a experimentação com objetivo de apoiar as demandas da companhia e seus parceiros na busca de soluções inovadoras em produto.

 

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