Todos os anos, nós – eu, você e a humanidade em geral – produzimos 2 bilhões de toneladas de lixo. Se você acha difícil visualizar o que isso significa, imagine que um prédio de 20 andares costuma pesar “apenas” 6 mil toneladas.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 99% dos produtos que compramos são jogados fora dentro de seis meses. Uma parte ínfima do volume todo de resíduos é reciclada – menos de 2%. Quase sua totalidade é, portanto, simplesmente descartada.
Com a visão de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado, e ambiciosa meta de que nada mais vire lixo, o Movimento Circular surgiu em 2020 e hoje já tem 45 parceiros, entre empresas, cooperativas, instituições e até municípios – entre eles, a 3M.
“O Movimento Circular é uma iniciativa aberta e um ecossistema colaborativo, que se empenha em incentivar a transição da economia linear para a circular”, diz Vinicius Saraceni, CEO da Atina Educação, que idealizou o projeto junto com a empresa Dow.
“O conceito-base do movimento, assim como da Economia Circular, é a ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado, até que nada mais vire lixo. Queremos que todos entendam que há um novo e melhor jeito de o mundo funcionar – livre de lixo!”
A economia circular propõe uma nova abordagem para a economia: nada mais deve ser pensado como resíduo, mas sim como recurso. Sua grande arma é a educação: só com ela se conscientizam todos os atores envolvidos.
O Movimento Circular enxerga a possibilidade de uma mudança real no longo prazo (um mundo sem lixo), sabe o caminho que deve ser trilhado (o da Economia Circular) e o meio para se chegar lá.
“Estamos aqui para informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível, a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes”, diz Vinicius.
Para funcionar perfeitamente, devem fazer parte deste pacto os indivíduos, os governos e as empresas.
“Todos têm um papel fundamental a desempenhar em cada uma das esferas: indivíduo, governo e empresas. É um verdadeiro círculo colaborativo, que precisa alimentar a si mesmo para ajudar a regenerar o planeta e nossas relações.”
Segundo ele, cada um desses players pode criar várias ações que dialogam com uma economia mais circular, como reduzir as perdas e desperdícios de recursos naturais no setor industrial ou optar por fontes de energia limpas na produção de bens de consumo.
“Pensando neste último caso, políticas públicas que incentivem esse uso devem ser parte fundamental da ação dos governos”, diz. “E como consumidor, todos nós podemos influenciar essa cadeia realizando, todos os dias, um consumo mais consciente.”
A corresponsabilização é, segundo Vinicius, uma das bases fundamentais da Economia Circular.
“Todos os atores das cadeias de extração-produção-consumo-descarte têm que fazer a sua parte para que os materiais fiquem mais tempo em circulação e, ao mesmo tempo, gerar cada vez menos lixo.”
É na economia circular que a sustentabilidade se encontra com o setor produtivo, no sentido de buscar soluções que envolvam toda a cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, preservem o meio ambiente.
“O impacto do Movimento Circular é a soma das ações realizadas, em conjunto, com todos os parceiros. Nós contamos que eles levem a mensagem da circularidade para cada vez mais pessoas, por meio dos diferentes públicos com os quais se relacionam”, explica Vinicius.
“Apoiamos por meio de conteúdos qualificados, estratégias e suporte para a realização de projetos e programas, especialmente de cunho educacional e cultural, destinados a esses públicos.”
O que se espera das empresas parceiras do Movimento Circular é que elas se engajem nessa construção olhando tanto internamente, para os seus processos e produtos, quanto externamente, para sua relação com colaboradores, consumidores e toda a comunidade que os cerca.
“A 3M trabalha para entender como podemos constantemente, como empresa, gerar esse impacto positivo na economia circular”, diz Mariana Penteado Soares, especialista em Toxicologia da empresa, que liderou a adesão ao Movimento.
“Sabemos que isso depende de muitos players e, quando conhecemos o Movimento Circular, fez todo sentido firmar esse compromisso com eles. Com essa parceria, podemos contribuir com o que estamos aprendendo e aprender com as experiências de outras empresas que fazem parte do movimento.”
Segundo Mariana, a 3M busca constantemente alternativas para gerar produtos que possam entrar novamente na cadeia produtiva. Mas a empresa também tem como objetivo contribuir com outros parceiros, como, por exemplo, as cooperativas.
“Como elas identificam os produtos, os resíduos que são gerados que podem ser retirados dos aterros e voltarem para a cadeia produtiva? Nossa responsabilidade social reside também em ajudar as cooperativas nesse processo.”
A parceria com o Movimento Circular é uma das ações da 3M na busca por um futuro mais limpo. A empresa assumiu recentemente compromisso com a Aliança Global para Energia Sustentável (Global Alliance for Sustainable Energy), tornando-se um dos membros fundadores dela.
A iniciativa pretende alavancar a contribuição das empresas para a descarbonização do sistema energético, alinhada à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26).
De acordo com Mariana, no que diz respeito ao compromisso com a Economia Circular, a 3M atua nos três pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental.
“Para promover uma melhor forma de trabalho, pensamos em, por exemplo, como ajudar as cooperativas a se profissionalizar e melhorar seus processos”, exemplifica.
Economicamente, mais pessoas acabam entrando no processo produtivo, na medida em que as cooperativas costumam empregar quem geralmente não consegue se recolocar no mercado de trabalho. “Também geramos inovação, criando novos produtos, embalagens e processos.”
O pilar ambiental está contemplado com a retirada do aterro do que antes era considerado resíduo – e que se torna um novo produto. “Hoje conhecemos isso como upcycle: podemos gerar um produto até melhor.”
Além disso, a 3M tem diversos projetos na direção da economia circular como a associação de vários anos ao Programa “Dê a Mão para o Futuro”, iniciativa da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) para contribuir com os índices de reciclagem das embalagens pós-consumo.
Outro programa de grande destaque, criado em 2014, é a parceria com a TerraCycle para a reciclagem das esponjas Scotch-Brite.
Já o Movimento Circular procura parceiros que realmente estejam engajados ou dispostos a se engajar com a agenda da circularidade.
“Podem ser empresas privadas, entidades governamentais, entidades setoriais ou de terceiro setor”, afirma Vinicius. “Podem ser parceiros que já estejam agindo ou que estejam buscando agir, por meio de iniciativas e ações, para levar os preceitos da Economia Circular a cada vez mais pessoas.”
Com as parcerias, a expectativa é ampliar a voz do Movimento Circular. “E, com isso, gerar uma verdadeira rede de apoio e conhecimento, para multiplicar os conceitos e práticas da Economia Circular na sociedade como um todo”, afirma o CEO.
O 3M Technology & Innovation Summit 2022 abordou conteúdos ligados à cultura de inovação, economia circular, impactos climáticos positivos e urgentes, iniciativas para diversidade e inclusão... enfim, discussões valiosas para resolver desafios em conjunto.
A 3M patrocina a maior feira de criatividade da América do Sul. O stand da marca apresentou espaços interativos com blocos Post-it®, ganchos CommandTM e programas de sustentabilidade, como o de reciclagens de esponjas da Scotch-Brite.