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Internet das Coisas sob demanda? O espaço maker do iDEXO agiliza e desencarece a inovação

Fernando Souza / 11 dez 2018
Rafael Arevalo, maker do iDEXO: tecnologias exponenciais para a criação de protótipos
Fernando Souza - 11 dez 2018
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Quando a Trinity, startup de business intelligence, chegou ao iDEXO para se conectar e fazer negócios com grandes empresas, uma dor do produto ficou em evidência: apesar de já atender clientes como Seara e Brasil Kirin com uma tecnologia de sensores que gera dados de desempenho e emite alertas na linha de produção, os impostos de importação sobre a placa do equipamento minam a margem de lucro e limitam seu mercado, uma vez que pequenos e médios clientes nem sempre podem pagar pela solução.

Foi aí que, durante a jornada de business development que as startups passam no iDEXO, entrou em cena o espaço maker do local.

“A placa vem com vários processadores e componentes desnecessários, que podem ser retirados ou trocados por outros menos potentes e mais adequados”, avalia Rafael Arevalo, maker do iDEXO. Em suas mãos, Rafael exibe uma miniatura “feita em casa” da solução da Trinity, agora sem a parafernália que a encarece, que ele próprio construiu no laboratório em apenas duas semanas ao custo de R$ 300 – uma ínfima parte do valor do equipamento original.

O protótipo criado para a Trinity traduz bem as vantagens trazidas por um espaço maker. A prova de conceito passa agora pelo teste final: ter seu custo aprovado junto a um fabricante de placas de circuito. “Se a startup fechar negócio, vai duplicar o seu faturamento”, estima Rafael.

A sede do iDEXO ocupa um andar no moderno QG da TOTVS em Santana, Zona Norte de São Paulo; gravado numa parede de vidro, o letreiro “Garage UX & Makers Lab” indica a salona que abriga o laboratório. É basicamente uma fabriqueta ultramoderna de protótipos e MVPs (Minimum Viable Product), equipada com impressora 3D, cortadora a laser, circuitos programáveis e outros devices hi-tech.

O espaço permite criar, com custo baixo e agilidade extrema, versões beta de produtos; assim, é possível testar hipóteses, identificar funcionalidades, aprimorar conhecimentos – tudo o que for preciso para desenvolver e validar uma determinada solução.

A missão, aqui, é interpretar e dar vazão às necessidades do ecossistema iDEXO (formado pelas empresas associadas, como a TOTVS, e as startups), com foco no desenvolvimento de soluções sobretudo de Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial.

Essa estratégia inclui engajar os profissionais do hub alocados “do outro lado” da vidraça. Nos próximos meses, uma série de encontros e atividades promete esclarecer e familiarizar os empreendedores e executivos da comunidade iDEXO sobre os recursos e possibilidades do laboratório:

“Serão aulas sobre cultura maker. Assim, quando surgir uma ideia, basta a pessoa vir ao lab e produzir o seu protótipo – que não precisa ser ‘bonito’, só precisa funcionar”, diz Rafael.

Como numa prévia das oficinas, Rafael resume o benefício-chave oferecido pela tecnologia aplicada a uma cultura maker: o poder da customização.

“A máxima do Henry Ford, segundo a qual o cliente podia escolher qualquer cor de carro, contanto que fosse preto, refletia o mindset do início do século 20: poucos modelos de produtos para muitas pessoas. Mas aqui, o retrovisor não nasce do metal injetado num molde, e sim direto da impressora, no formato que eu quiser. Esse é o nosso salto: com a internet e o barateamento de máquinas de manufatura, consigo personalizar com baixo custo usando um notebook simples para controlar máquinas de fabricação.”

Para quem quer se iniciar como maker, o titular do iDEXO dá algumas dicas:

“Tem que ter iniciativa e gana pelo que faz. Se amanhã uma startup quiser validar uma hipótese em cima de uma nova tecnologia, esse profissional terá que ir atrás, aprender e fazer um protótipo funcional. Também são necessários skills de fabricação digital, como o domínio de máquinas de impressão 3D e de corte a laser controladas pelo computador. E é imprescindível entender o suficiente de programação para criar os comandos necessários, seja para programar um hardware de IoT ou para programar uma inteligência artificial.”

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