Todas as dez unidades produtivas da FCA na América Latina conquistaram este ano o Selo Ouro após a divulgação de seus inventários de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e verificação realizada por auditoria externa. Seis dessas unidades se destacam por serem Carbono Neutro (isto é, por compensarem 100% das emissões de carbono): Polo Automotivo Jeep (Goiana) e FCA Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco; Fábrica de Motores Campo Largo, no Paraná; Centro de Distribuição Mopar Hortolândia, em São Paulo; Unidade Powertrain do Polo Automotivo Fiat e Mopar Betim, em Minas Gerais; todas no Brasil. O levantamento para o Selo segue a metodologia do GHG Protocol, uma ferramenta que busca entender, medir e gerenciar as emissões de GEE.
“Receber o Selo Ouro é o reconhecimento do compromisso da FCA de reduzir as emissões geradas ao longo do processo produtivo, com total transparência. Desde 2017, utilizamos a metodologia reconhecida GHG Protocol, mas 2019 é um ano especial, pois nos tornamos membros do programa e todas as nossas unidades da América Latina já foram contempladas”, declara Neylor Bastos, gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da FCA para a América Latina.
Todas as plantas têm um indicador de carbono equivalente (CO2e) para acompanhamento mensal dos resultados. De janeiro a julho deste ano, com relação ao mesmo período de 2018, a FCA reduziu as emissões totais de carbono em 16%. Para a analista de Meio Ambiente da FCA para a América Latina, Amanda Leite, esse dado está diretamente relacionado aos projetos, que “são desenvolvidos por equipes muito envolvidas e engajadas na disseminação dos conceitos de preservação ambiental”. “Carbono equivalente” é a convenção que faz a equivalência do potencial de aquecimento dos gases de efeito estufa ao do gás carbônico, para facilitar o controle das emissões. Assim, o potencial do CO2 é 1 e o do metano, por exemplo, é 24, exatamente por ser 24 vezes maior que o do gás carbônico. No inventário de emissão de GEE, todos os gases devem ser informados como carbono equivalente.
Uma das iniciativas que têm contribuído para o avanço do indicador é o uso de etanol na frota interna da FCA. Somente no Polo Automotivo Jeep, de janeiro a julho de 2019, 3.372 toneladas de CO2e deixaram de ser emitidas. “O etanol é um biocombustível e tem sua produção baseada na cana-de-açúcar. Durante o crescimento, a planta absorve CO2 da atmosfera e, na combustão nos veículos, esse gás carbônico é liberado, fechando o ciclo”, explica Amanda. Assim, ao utilizarem etanol como combustível padrão na frota interna, as unidades da FCA no Brasil reduzem consideravelmente as emissões de GEE em comparação ao uso da gasolina.
Na Fábrica de Motores Campo Largo, um dos projetos de redução das emissões de GEE está relacionado aos secadores de ar para os compressores. “Possuímos três secadores de ar na fábrica. Para evitar que o gás refrigerante escape para a atmosfera, instalamos válvulas de bloqueio em cada um dos secadores”, conta a analista ambiental da unidade, Aline Bonato. A medida resultou na redução anual de 316 toneladas de CO2e e a prática pode ser expandida para outras indústrias.
Para Paloma Fernandes, analista de meio ambiente e líder do Pilar Meio Ambiente do Centro de Distribuição Mopar Hortolândia, “o fato de não visualizarmos algumas das emissões atmosféricas advindas das atividades corporativas, faz com que muitas empresas não mitiguem esse impacto ambiental, e o Programa Carbono Neutro tem exatamente esse objetivo, de mapear e reduzir os aspectos ambientais”. Ela conta que, em novembro de 2018, foi realizado o estudo luminotécnico no Centro de Distribuição da Mopar e, assim, descobriram que o número de lâmpadas (todas LED) estava acima do necessário. Com a adequação, foi possível reduzir em 30% o consumo de energia elétrica e, claro, das emissões relacionadas a essa economia. Além disso, só pelo fato de todas as lâmpadas serem LED, há uma redução de 40% do consumo de energia se comparado àquele das lâmpadas fluorescentes.
Este ano, a Unidade Powertrain do Polo Automotivo Fiat também se tornou Carbono Neutro. A analista ambiental da unidade, Bartira Amado, conta que duas ações recentes otimizaram o uso dos fornos da produção do sistema de transmissão. Após análises técnicas feitas pela equipe da unidade, foi possível programar desligamentos estratégicos de um dos fornos sem afetar a produção. A economia de energia elétrica e de gás natural representou a redução anual de aproximadamente 875 toneladas de CO2e. A segunda ação é a automatização dos geradores de endogás dos fornos, que gera redução extra de 129 toneladas de CO2e ao ano. O Polo Automotivo Jeep também investe na redução do consumo de gás natural em um dos tipos de fornos da unidade – o Forno Sealing, usado no processo de pintura do teto bicolor dos carros. Segundo o analista ambiental dessa planta produtiva, Diego Marques, o projeto altera a configuração do acendimento dos queimadores desse forno e, após atingir a temperatura desejada, desliga temporariamente alguns deles para economizar energia, sem causar alteração na temperatura. Nos testes já realizados, foi comprovada a manutenção da qualidade da pintura e, ainda, uma possibilidade de economia de 7.132 toneladas de CO2e ao ano.
“Desenvolvemos o projeto de conscientização do Capitão de Energia, um time de colaboradores que nos auxiliam voluntariamente a implementar ações simples como desligar lâmpadas e climatizadores das linhas em determinados horários, contribuindo para redução do consumo de energia da planta e, por consequência, para a diminuição das emissões e para a disseminação de uma cultura sustentável”, diz Adrianne Souza, técnica de Segurança do Trabalho em Jaboatão dos Guararapes. Ademais, esta e outras plantas do grupo FCA adquirem energia incentivada (eólica e solar, por exemplo). A medida, além de reduzir as emissões de GEE quando se comparam essas fontes a outras disponíveis no Brasil, como térmica e hidrelétrica, é também mais um incentivo à produção de energia renovável no país.
O Programa Carbono Neutro da FCA prevê a medição, gestão, redução e mitigação das emissões de GEE provenientes das atividades cotidianas de suas dez unidades produtivas na América Latina. Para tanto, cada uma delas, além de produzir relatórios para o inventário institucional do grupo, desenvolve ações de compensação. Para as emissões que não podem ser eliminadas, é feito um plano de compensação, segundo Amanda, “com o investimento proporcional de Créditos de Carbono em projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU, o Certified Emission Reductions (CER), com reconhecimento mundial”.
Outra ação que contribui para uma menor emissão de GEE na FCA são os programas de proteção da biodiversidade e de estoques de carbono. No Polo Automotivo Jeep, uma área que antes era ocupada por monocultura de cana-de-açúcar está agora sendo reflorestada com mudas do bioma original da Mata Atlântica. Com isso, até 2024, serão criados 304 hectares de área verde e corredores ecológicos. Já na Fábrica de Motores Campo Largo, há uma área de 106 hectares de Floresta com mais de 50 espécies vegetais diferentes (incluindo a Araucária), 82 espécies de aves e seis espécies de mamíferos. O local também conta com cinco nascentes preservadas. Juntos, os programas dessas duas plantas acumulam hoje, aproximadamente, 107 mil toneladas de CO2 estocado.
“Com o Programa Carbono Neutro da FCA na América Latina estamos atingindo nosso público interno e externo, disseminando os conceitos de emissões de GEE e o que podemos fazer dentro e fora das unidade para contribuir no combate às mudanças climáticas”, conclui Amanda.
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