Há um desafio comum a qualquer empresa: a necessidade de apresentar novas soluções ao mercado de forma cada vez mais ágil e efetiva. Se esta é uma lógica desafiadora para companhias que oferecem produtos digitais, imagine quando se trata de organizações industriais, que precisam desenvolver, testar, garantir a segurança e, enfim, fabricar produtos físicos. Pois é justamente nisso que as Empresas Randon têm concentrado esforços nos últimos anos.
O conglomerado brasileiro soma 24 fábricas em operação, que produzem carretas de caminhões, autopeças e uma série de soluções essenciais ao setor de transporte de bens. César Augusto Ferreira, diretor de Inovação e Tecnologia do Produto, conta que nos últimos anos a companhia trabalha para incorporar em seus produtos não só as respostas às demandas diretas do segmento em que atua, mas também para atender necessidades da sociedade, que muitas vezes não dizem respeito apenas ao segmento.
“Estamos falando de um setor industrial que trabalhava em uma lógica tradicionalmente padronizada e fechada. Hoje precisamos olhar para fora o tempo todo e antever de que forma as megatendências afetaram o nosso negócio”
NOVAS REFERÊNCIAS PARA CRIAR NOVAS SOLUÇÕES
Para o executivo, a companhia precisa ficar atenta a demandas como a busca por sustentabilidade e o avanço dos veículos elétricos no mundo. “Temos de pensar em soluções que respondam a este contexto como, por exemplo, carretas que recuperem a energia da frenagem, reduzindo o consumo de combustível e as emissões”, diz.
Como resultado do esforço nesse sentido, as Empresas Randon apresentaram ao mercado o e-Sys, sistema de tração elétrica para suas carretas que promete economia expressiva de combustível – o que significa também grande redução no impacto ambiental. Essa solução nasceu dentro do Centro Tecnológico Randon, o maior centro tecnológico independente para o setor automotivo na América Latina. Para chegar a esta e a outras soluções, César Augusto enfatiza que, mais do que exercitar o tal “pensar fora da caixa”, a companhia precisou rever os próprios processos e acelerar o desenvolvimento de soluções. Algo que demanda uma cultura ágil e um tanto de tecnologia.
“Tradicionalmente, a indústria automotiva tem ciclos longos de desenvolvimento de novas soluções. Há uma necessidade clara por diminuir esse tempo, algo que nos fez rever uma série de padrões”
EM MENOS DE UM ANO, NASCE OUTRA FRENTE DE NEGÓCIO
Na busca por rever padrões e aprimorar metodologias de produção, nasceu uma nova área na companhia: Excelência Operacional, criada há apenas um ano para dar acelerar as transformações nas plantas produtivas da companhia. Bernardo Bregoli Soares, diretor do departamento, fala a respeito:
“Com a criação da área, intensificamos o nosso olhar para tecnologias de manufatura, para onde estão as oportunidades, além de buscar novas soluções de segurança, saúde e proteção ambiental”
Ele conta que a primeira mudança promovida pelo time de Excelência Operacional foi concentrar a coordenação das demandas industriais te todas as unidades de negócio
que integram as Empresas Randon. “Parece algo simples, mas nos trouxe enorme impacto, já que ganhei escala para negociar com fornecedores e parceiros, além da capacidade de direcionar melhor os investimentos”.
Bernardo diz que este primeiro passo pavimentou uma série de transformações de grande impacto. “Com a nova estrutura, aceleramos a automatização das fábricas – algo que nos garante mais eficiência e qualidade”, diz, lembrando que a companhia comprou ao longo de seu primeiro ano de atividades ano quase 280 robôs para suas linhas de produção. “É mais do tínhamos comprado nos 30 anos anteriores”, compara, mostrando a clara tendência de automação e robotização, primando pelo aumento da tecnologia industrial e competitividade.
O executivo diz que, conforme as mudanças internas foram acontecendo, ficou claro que, para que ocupassem a vanguarda em tecnologia de produção, não bastaria às Empresas Randon comprar soluções dos fornecedores. Era preciso deter conhecimento sobre a área. Diante disso, a companhia criou um spin off, a Randon Tech Solutions Industry (RTS Industry), uma nova organização responsável por levar soluções industriais às fábricas do grupo e, por que não, a clientes externos no futuro.
Consolidada há apenas três meses, o novo negócio já foi responsável pela aquisição da Auttom, empresa brasileira de automação e robótica, por R$ 14 milhões. E não para por aí. “Mesmo com pouco tempo existindo oficialmente, já entregamos cinco projetos de aceleração tecnológica das Empresas Randon. A nossa meta é, até o fim de 2021, elevar esse número para 50 projetos”, conta Bernardo. E reforça: “É por meio da vanguarda tecnológica que vamos nos destacar no mercado”. Com tantos bons resultados, não há margem para discordar.