Nome:
AgilizaMed.
O que faz:
É uma plataforma que conecta médicos generalistas, de qualquer unidade básica de saúde, a médicos especialistas, em qualquer lugar do Brasil, para a troca de informações sobre casos clínicos concretos.
Que problema resolve:
Com a troca de informações, a startup busca torna a conduta do médico generalista assertiva e eficiente, evitando encaminhamentos desnecessários e solicitações de exames inapropriados. Com essa tecnologia, também consegue chegar a locais onde não há acesso a médicos especialistas.
O que a torna especial:
Segundo os fundadores, o que torna a AgilizaMed especial é a utilização de uma modalidade da telemedicina conhecida como teleinterconsulta, que promove a comunicação entre profissionais de saúde, de maneira rápida, fácil e segura. Outro diferencial é um algoritmo que torna essa comunicação ágil, pois com alguns cliques é possível armazenar e publicar todas as informações necessárias para o esclarecimento dos casos.
Modelo de negócio:
A AgilizaMed trabalha apenas com o setor público, cobrando por teleinterconsulta. Atualmente, o preço de cada atendimento é 60 reais. Esse valor cobre os custos de impostos, da infraestrutura e dos honorários do médico especialista.
Fundação:
Outubro de 2021.
Sócios:
Mário de Souza Martins Neto — CEO
Diogo Kussakawa — CMO
Cledson Lodi — CTO.
Fundadores:
Mário de Souza Martins Neto — 42 anos, Curitiba (PR) — é formado em Medicina pela Fundação Educacional Serra dos Órgãos e especialista em Ortopedia e Traumatologia. É coordenador do serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Regional do Sudoeste do Paraná.
Diogo Hiroshi Beçon Kussakawa — 43 anos, Maringá (PR) — é formado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná e especialista em Ortopedia e Traumatologia, além de mestre em Educação. É professor de Ortopedia da Unioeste e administrador geral do Amity Coworking de Saúde e do Centro Ortopédico Beltronense.
Cledson Lodi — 43 anos, Francisco Beltrão (PR) — é formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Unitins, em Engenharia de Software pela Faculdade Mater Dei e em Ciências Econômicas pela Unioeste. É coordenador do Núcleo Beltronense das Empresas de Tecnologia da Informação.
Como surgiu:
Os fundadores que atuam como médicos viram a oportunidade de empreender a AgilizaMed a partir de dois problemas vivenciados por eles. O primeiro era a necessidade do poder público de resolver as filas de espera para consultas na especialidade de Ortopedia. “Após muitas reuniões realizadas com os médicos especialistas, as soluções apresentadas foram aumentar a capacidade de atendimento da rede especializada e capacitar a rede primária de atendimento. Nenhuma foi eficaz em resolver a demanda”, diz Mário. O segundo problema, de acordo com eles, era a crescente busca de pareceres informais, por parte dos médicos generalistas da região, por meio de aplicativos de mensagens, a fim de conduzirem com mais propriedade os casos clínicos que atendiam. A partir dessas duas questões, eles decidiram criar a startup, chamando Cledson para desenvolver a tecnologia.
Estágio atual:
Segundo Mário, a AgilizaMed concluiu um projeto piloto em 2022, em um município de 3 500 habitantes, obtendo uma redução de mais de 90% do tamanho total da fila de espera para consultas com ortopedistas e uma queda de 90 para sete dias no intervalo de espera para conseguir uma consulta presencial com ortopedista. Além disso, de acordo com ele, conseguiu a condução do tratamento de 75% dos pacientes no próprio município, evitando deslocamentos para a cidade polo. Atualmente, além da contratação pelo município do projeto piloto, a startup assinou um contrato com um município de 100 mil habitantes e está prestes a assinar um contrato com um consórcio de 27 municípios da região sudoeste do Paraná, o que acrescentaria mais 250 mil habitantes à carteira de beneficiários da plataforma.
Aceleração:
A startup está recebendo mentoria da Dome Ventures, uma venture building especializada em govtechs.
Investimento recebido:
Mário e Diogo investiram juntos 80 mil reais no negócio e Cledson entrou com a parte de desenvolvimento da plataforma.
Necessidade de investimento:
Os sócios buscam investimento para os próximos 18 meses, na ordem de 1,8 milhão de reais, com o intuito de aplicar no desenvolvimento da plataforma, ampliando as especialidades atendidas, e em marketing e comercial.
Mercado e concorrentes:
“O mercado é imenso. As filas de espera para consultas com especialistas na rede pública estão nos noticiários diariamente. É um problema crônico que afeta a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Hoje, cerca de 160 milhões de pessoas dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde — SUS. Uma a cada três pessoas não tem acesso às consultas especializadas. No dia 16 de dezembro de 2022, em notícia veiculada no portal UOL, na coluna de Carlos Madeiro, a equipe de transição do atual governo divulgou dez prioridades a serem atingidas nos primeiros 100 dias de mandato e a quarta meta anunciada foi a ‘redução das filas para especialistas ajustado ao fortalecimento das redes especializadas’, ou seja, existe uma grande oportunidade para AgilizaMed crescer nesse mercado”, afirma Mário. Ele diz que até o presente momento a startup não tem concorrentes diretos que comercializem teleinterconsultas assíncronas por aplicativo.
Maiores desafios:
“Atualmente, a maior dificuldade é dar volume aos atendimentos na plataforma para aprimorar possíveis falhas no algoritmo. Esse problema deve ser resolvido com os contratos assinados recentemente. Além dessa dificuldade, nosso maior desafio é a construção de novos fluxogramas de atendimento em outras especialidades, o que multiplicaria exponencialmente os ganhos da empresa. Outras medidas que nos conduziriam a um novo patamar seria a possibilidade de contar com os fundadores em tempo integral na empresa, bem como um desenvolvedor experiente para suporte técnico.”
Faturamento:
7.200 reais em 2022, com um único contrato vigente.
Previsão de break-even:
Em 26 meses, se a AgilizaMed conseguir o investimento que está buscando.
Visão de futuro:
“Em dois anos, nós queremos estar presentes em todo o estado do Paraná, com pelo menos três especialidades médicas com algoritmos prontos e operacionais na plataforma. Em cinco anos, nós pretendemos estar presentes em todas as regiões do Brasil, com pelo menos dez especialidades médicas incluídas na plataforma. Nós vemos a AgilizaMed como o futuro da democratização do acesso à saúde no Brasil”, conta Mário.
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