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No Dia Mundial da Saúde, como a 3M enxerga o setor em que atua desde os anos 1940 – e como olha para o futuro

Cláudia de Castro Lima / 7 abr 2022 Cláudia de Castro Lima - 7 abr 2022
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Nestes dois últimos anos, você provavelmente ouviu falar da Organização Mundial da Saúde muito mais do que em toda sua vida até então. Durante a pandemia, um organismo que concentra informações e esforços a respeito da saúde no planeta provou sua extrema relevância.

É para celebrar a data de sua fundação, 7 de abril de 1948, que o Dia Mundial da Saúde foi estabelecido – com participação fundamental do Brasil.

Em 1945, durante o encontro entre diplomatas do mundo todo para a criação da Organização das Nações Unidas, foram representantes do Brasil e da China que propuseram o estabelecimento da agência mundial de saúde – o que acabou acontecendo três anos depois.

Foi junto com a criação da OMS que a 3M, empresa que iniciou em 1902 como mineradora e que pivotou para manufaturar produtos industriais, entrou no mercado de saúde, desenvolvendo campos cirúrgicos.

Na década de 1960, a 3M inventou a fita Micropore e entrou também no mercado de saúde bucal com a primeira resina de restauração com cor natural dos dentes. Nos anos 1980, fez uma importante aquisição na área de ortodontia e seguiu inovando no desenvolvimento de soluções.

Assim, há pelo menos 76 anos, a 3M é uma empresa voltada para inovar nos mercados de saúde. Hoje, a companhia avança, de olho em tendências como a saúde baseada em valor, tecnologias digitais, serviços para gestão, dados e muitas outras frentes.

Investir na saúde é muito mais barato do que pagar pela doença

Investir na qualidade da saúde é muito mais barato do que pagar pela doença. É isso que, já em 2006, bradava o economista e pesquisador Michael E. Porter, professor da prestigiosa Harvard Business School.

Criador do conceito de “saúde baseada em valor”, Porter tem teorias que ecoam e guiam até hoje os grandes players de saúde do mundo – especialmente com a transformação digital, acelerada pela pandemia. É essa ideia que está por trás da tão sonhada sustentabilidade do setor.

“Saúde baseada em valor é realidade consolidada fora do país, mas o Brasil busca evoluir rapidamente nesta direção”, diz Renato Germiniano, líder da Unidade de Negócios de Soluções Médicas da 3M do Brasil.

Ele afirma que, neste conceito, sempre com o paciente no centro, se busca o aumento da geração de valor nos processos – e isso envolve a gestão bem como o entendimento do custo total do cuidado na saúde.

O mercado hospitalar é um dos mais importantes para a 3M no mundo todo. A empresa tem uma ampla linha de soluções, cujo foco é ajudar hospitais a atender mais pacientes, oferecendo mais bem-estar e segurança, ao mesmo tempo em que reduzem custos.

“Cada vez mais vemos inserido nas discussões o contexto de geração de valor com análises de economia da saúde, em que o custo total e a performance se sobrepõem aos custos de produtos”, conta Renato.

“O conhecimento e a tecnologia se aliam para uma mudança cultural não somente no tratamento, mas nos processos de pagamento de seguradoras com a tendência da remuneração dos hospitais baseada em performance – e não no pagamento unicamente de produtos.”

Outro ponto fundamental para uma saúde sustentável no futuro é o desenho de todas as atividades do tratamento focadas no paciente, em sua jornada e experiência. “Isso traz não somente mais acesso a tecnologias, mas também o valor da humanização no cuidado da saúde.”

Prevenção, tratamento e softwares de gestão

A 3M tem, conta Renato, uma gama de tecnologias com foco tanto em prevenção como no tratamento para o cuidado do paciente, atendendo à demanda de sua jornada no hospital desde a entrada até a desospitalização.

Entre eles, estão os segmentos de prevenção de infecções, com monitores de qualidade da esterilização de materiais cirúrgicos, curativos especiais para prevenir infecções sanguíneas e películas protetoras e creme barreira que protegem a pele de inflamações, além de outros produtos.

“Já para tratamento, a 3M é líder no segmento de curativos para feridas crônicas e gerenciamento de incisões, com destaque para curativos por pressão negativa, que aumentam a eficiência de tratamento e fechamento de feridas complexas, principalmente presente em pacientes diabéticos.”

Além de todas essas tecnologias de materiais e linhas reconhecidas como os estetoscópios Littmann e os curativos Tegaderm, a 3M conta ainda com a divisão Health Information System, que comercializa softwares de informação para o mercado de saúde – aqueles que proporcionam saúde baseada em valor.

Como os dados podem de fato ajudar a saúde?

Com quase 40 anos no mercado internacional, a área de Health Information System proporciona informações de dados de saúde para melhorar a gestão do hospital por uma metodologia para agrupamento de pacientes.

Chamado de 3M APR DRG, sigla que significa “grupos relacionados de diagnósticos para todos os pacientes”, o principal software da companhia agrupa dados de pacientes, informações demográficas e de diagnósticos, além de todos os procedimentos realizados na internação hospitalar.

“Todo paciente que se interna é combinado em grupos relacionados de diagnósticos para que o hospital preveja a expectativa de consumo de recursos”, explica Rafael Peres, gerente de Integração da divisão.

“O sistema agrupa esses pacientes similares para projetar a expectativa de consumo comparando as informações a uma grande base de dados da 3M, estatisticamente estável, com mais de 20 milhões de dados.”

Com isso, o hospital é capaz de prever o tempo médio de permanência do paciente na instituição, o risco de mortalidade e a severidade da doença – informações essenciais para também tomar decisões de investimento.

“Essa divisão busca trazer a entrega de valor baseado em saúde, ou o value based healthcare”, explica ele. “O conceito é a evolução do modelo de pagar por utilização para um modelo baseado no cuidado e na saúde de fato.”

No Brasil, a divisão existe há cerca de sete anos e conta com clientes do porte do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital Israelita Albert Einstein, ambos em São Paulo. Nos Estados Unidos, é a solução adotada como padrão pelo governo e pelas operadoras de saúde para reembolso de hospitais.

A 3M conta ainda com outras ferramentas que atuam para a saúde baseada em valor, como a CRG, sigla para “grupo de risco clínico”, que analisa a saúde populacional – e que deve ser implementada no país em breve.

“Ela dá a hospitais e operadoras uma visão do estado de saúde de seu paciente ou cliente ao categorizá-lo por risco de internação e permitir que essa pessoa seja levada para o hospital menos vezes – mas para consulta médica mais vezes, para tratá-la de forma preventiva”, diz Rafael.

“No hospital, o tratamento é muito mais caro, oneroso. O CRG busca acompanhamento médico de forma preventiva, para evitar a ida ao hospital quando não é necessário.”

Como deve ser o futuro dos mercados de saúde?

Na 3M, as equipes globais exploram tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) e seu potencial para contribuir na identificação precoce de doenças, permitir intervenções proativas e melhorar a compreensão sobre a progressão dessas doenças.

A companhia também acredita que a tecnologia poderá ajudar a romper barreiras como custo e geografia, que limitam o acesso a prestadores de serviço e especialistas em saúde.

O futuro da saúde provavelmente será impulsionado pela transformação digital, facilitada por dados interoperáveis e plataformas abertas e seguras. É provável e desejável que os cuidados com a saúde ocorram mais no sentido de sustentar o bem-estar do que para responder a doenças.

Telemedicina deverá crescer muito à medida que a sociedade se torna ainda mais conectada digitalmente e que as pessoas demonstrem desejar maior controle e proatividade sobre sua saúde. Uma saúde conectada e humanizada deve fazer parte deste futuro da saúde que a 3M também busca construir.

E como a 3M cuida da saúde de seus colaboradores?

De forma coerente, a 3M aplica internamente, com seus colaboradores, o mesmo olhar que tem para o mercado de saúde – baseado em dados, com cuidado integrado e prevenção, e adicionando seus clássicos pilares de cultura inovadora focada na valorização das pessoas, um ambiente seguro, que promove autonomia, estimula a colaboração.

É muito curioso que hoje se possa relacionar essa cultura de inovação com aspectos importantes de saúde mental e bem-estar.

Dentre todas as iniciativas da companhia mais explicitamente voltadas para a promoção da saúde, destaque para um programa recente, o Juntos.

“Encontramos aqui um ambiente fértil e aberto para o diálogo acerca das questões de saúde e bem-estar”, diz Gabriela Mocellin, engenheira de processos na empresa e voluntária da iniciativa “Juntos”.

O programa, lançado na pandemia, tem foco em saúde e bem-estar e surgiu como uma iniciativa do comitê de Saúde Mental da 3M, formado por voluntários de diversas áreas interessados em contribuir para a saúde integral dentro da companhia. “A demanda foi trazida pelo contexto das diversas incertezas que vieram com a pandemia”, explica Gabriela.

“É um mundo que ainda estamos começando a desbravar e temos um longo caminho para percorrer, mas na 3M percebo que temos um forte apoio das lideranças para levar o Juntos muito longe.”

O Juntos tem quatro grandes objetivos, relacionados à segurança psicológica, promoção de ferramentas para o cuidado com a saúde, educação e comunicação acerca do tema e por fim, diagnóstico e tratamento de doenças.

“É um caminho sem volta, por isso acredito tanto no Juntos e na importância que ele tem para a comunidade.”

Além de programas consolidados como o suporte psicológico, os acompanhamentos médicos, a promoção de atividades físicas e o cuidado com a nutrição, novas atividades foram incluídas.

Entre elas, diagnósticos de risco para burnout e stress, sessões de meditação, preciosas rodas de conversa entre colaboradores e muitos papos com profissionais – que incluíram especialistas como o médico Drauzio Varella, a infectologista Raquel Stucchi e o psicoterapeuta Ivan Capelatto –, além do inovador programa Movimenta 3M.

“Não somos máquinas e é insustentável não falar sobre bem-estar e saúde mental atualmente. São as pessoas que movem as empresas e fazem tudo acontecer, o ser humano é o que existe de mais precioso”, afirma.

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