Foi-se o tempo em que os líderes das empresas tomavam decisões somente com base em experiências anteriores e suposições. Hoje, o planejamento estratégico precisa envolver dados, extraindo todo o potencial desses ativos, fazendo um uso inteligente das informações para mudar o ponteiro do negócio.
Com o big data e a tecnologia acessível há ferramentas e recursos poderosos que captam e processam dados em escala e velocidade inimagináveis. Só que o Toque de Midas está em saber transformar dados de qualidade em informações e, a partir de análises profundas, colocar em prática planos de ação consistentes para traçar uma rota segura. Esse é o único caminho possível para se tornar uma empresa data-driven.
Sabendo disso, ter uma visão orientada por dados já está na agenda de muitas companhias há anos, mas a realidade é que ainda são poucas as que têm, mais do que as ferramentas certas, uma cultura que viabilize a tomada de decisão baseada nos insights.
A pesquisa “High Stakes, High Rewards”, realizada pela EY em parceria com a Forbes Insights, entrevistou 1518 executivos de diversos setores e mostrou que apenas 7% trabalham com alto nível de maturidade de dados e possuem uma Estratégia de Data & Analytics bem estabelecida e central para a estratégia geral do negócio. Segundo Renata Galdino, sócia de Data Analytics, Digital & Emerging Technologies na EY, os resultados são consistentes:
“Desses, mais de 60% experimentaram um crescimento 15% maior na receita, crescimento de margem e melhoraram o perfil de avaliação de risco com clientes”.
Para ela, toda empresa, independentemente do porte e área de atuação, deve investir em Estratégia de Dados, para ter sua atuação cada vez mais focada no cliente. A obtenção de insights a partir da análise de um grande volume de informações disponível permite que a empresa entenda com profundidade quem consome seus produtos e serviços, em quais contextos, permitindo atender com muito mais agilidade a demanda e, assim, elevar a experiência com a marca. Ou seja, o emprego da tecnologia é vital para o futuro do negócio.
Vivemos um momento em que temos uma enxurrada de dados à disposição, ou seja, toda empresa é capaz de formar um enorme banco com as mais variadas informações. Porém, só se diferencia quem é capaz de pinçar os dados de melhor qualidade, analisá-los em profundidade e transformá-los em insights.
Vale destacar que os dados são classificados em duas categorias: os estruturados e os não-estruturados. Os primeiros são aqueles organizados por uma estrutura rígida, seguindo um padrão fixo, o que os torna fáceis de manipular, agrupar e compreender por linguagens de máquinas. Já os não-estruturados não se enquadram em padrões, a exemplo de imagens, vídeos, áudios e arquivos em PDF. Sendo assim, são mais difíceis de ser analisados e levam mais tempo para gerar valor.
“O volume de dados não-estruturados representa de 80 a 90% dos dados do mundo”, comenta Renata.
Ou seja, apesar de ser mais complexo, é fundamental investir neles para estar à frente.
O desafio aqui é entender o real valor desses ativos e investir na análise de dados, extraindo todo o potencial dos dados que levarão aos insights mais importantes. E mais do que isso: é fundamental que a cultura empresarial esteja alinhada para que as tomadas de decisão sejam efetivamente orientadas por esses dados.
A tecnologia não trabalha sozinha! De nada adianta ter uma equipe técnica focada em dados se ela não funcionar integrada a todas as outras áreas da companhia. O mindset deve ser focado em analytics no ciclo completo, da liderança ao operacional.
O processo de mudança cultural é profundo e depende do empenho de todos. Sendo assim, os líderes devem assumir o papel de disseminadores, demonstrando a importância da cultura data-driven para todas as camadas. O conceito deve ser levado de forma transparente e simples para todos os colaboradores, deixando claro como as tecnologias empregadas serão facilitadoras do trabalho e potencializarão os resultados.
Também é preciso investir em pessoas, nas que chegam com habilidades e com um repertório analítico mais amplo e nas que já estão na empresa e ainda precisam de um letramento. A alfabetização de dados será fundamental para o futuro dos negócios.
Para se transformar em uma empresa orientada por dados é fundamental que haja uma mudança mentalidade. Isso porque, muito além das tecnologias empregadas, as pessoas são parte da modernização. Só será possível chegar lá quando os colaboradores – de todos os níveis hierárquicos – estiverem alinhados com a tecnologia, entendendo o papel dela na rota da companhia.
“Não se trata de um projeto, estamos falando de uma jornada de longo prazo. É preciso implementar modelos, processos, mudar o mindset e vivenciar as mudanças ao longo do tempo”, aponta Renata.
Para começar, é importante que a liderança tenha uma visão orientada aos dados para, assim, poder transmiti-la aos demais colaboradores. Os dados não podem ser mais uma questão apenas de TI, é preciso que os líderes tenham uma mentalidade voltada para esses ativos.
O conselho mais sensato é ir com calma, não apostar na mudança completa de uma só vez. “É fundamental que a transformação por meio de uma estratégia de dados esteja diretamente vinculada à estratégia de negócio das empresas. O ideal é diagnosticar o nível atual de maturidade de dados, definir um nível de maturidade desejado com base nos objetivos de negócio da empresa e estabelecer um plano de ação para alcançar tais objetivos. Com base neste roadmap, o ideal é priorizar projetos com maior relevância, com base em produtos de dados que trarão mais impacto e quais são os requisitos para a construção deles.”, exemplifica Renata. A partir das experiências e lições aprendidas, o caminho natural é escalar o que deu certo para as demais áreas.
Vale reforçar que em todas as etapas, desde ideação até a implementação de uma jornada data-driven, o trabalho em conjunto entre os profissionais especializados em dados com colaboradores das áreas de negócio é determinante. O sucesso depende completamente da combinação de conhecimentos. Mais uma vez, a mudança depende dos esforços de todos.
Acesse o site da EY para entender como a empresa pode te ajudar a se transformar e crescer ainda mais.
Será preciso se reorganizar, mergulhar na tecnologia e aprender a lidar com os dados que vão permear todo o ecossistema de saúde. Especialistas da EY explicam como isso já vem sendo realizado lá fora e como deve entrar no Brasil.