Há uma empresa responsável pela fibra de aço que reforça mais de 10 milhões de m³ de concreto ao redor do mundo. É a mesma que fabrica o steel cord (arame para reforço de pneus) presente em 4 a cada 5 pneus produzidos no Brasil: a Belgo Arames.
Contando com nove plantas industriais em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, além de cerca de 3.6oo empregados e empregadas, a Belgo vem se destacando pelas iniciativas de inovação.
A companhia é uma das 50 que mais investem em inovação aberta no país e está em 4º lugar entre as indústrias de Mineração e Metais, segundo dados do Ranking 100 Open Startups 2022.
Para inovar de forma mais estruturada e ágil, a Belgo acaba de lançar seu programa de inovação aberta, o Belgo Lab. “A inovação faz parte da cultura da Belgo há muito tempo, e agora vamos escalar isso”, explica André Ghion, diretor de Inovação e Digital da empresa.
As inscrições para o Belgo Lab terminam nesta sexta, 10 de março. Inscreva agora mesmo a sua startup clicando aqui.
O programa busca inovação na prática com startups que podem resultar em contratos de fornecimento ou modelos de parceria. Por esse motivo, não é necessário que a tech ceda a propriedade intelectual da solução. Em eventuais casos de codesenvolvimento, o assunto será discutido entre as partes.
Para participar dos desafios, a startup precisa ter um MVP (produto mínimo viável) testado em pequena escala. A empresa está pronta para uma conexão ágil e efetiva com as startups. Ghion comenta que o time Belgo está com grandes expectativas com o programa:
“Escolhemos desafios e sponsors muito conectados com a transformação da nossa realidade atual. As startups podem esperar um ambiente com muito engajamento por parte da empresa e um ‘fast track’ para gestão e aprovação das provas de conceito”
Da mesma maneira, a empresa espera que as startups também se inscrevam dispostas a uma dinâmica de colaboração, já que contam com um ambiente preparado para que isso aconteça.
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São 6 desafios nesta edição de estreia, sendo três voltados para pessoas, dois relacionados ao meio ambiente e um de eficiência operacional.
Segundo o diretor, essa distribuição está muito ligada ao propósito da Belgo, que é “gente criando uma vida melhor”. Para ele, a escolha está alinhada com os quatro pilares da companhia: Gente, Inovação, Sustentabilidade e Cliente.
Neste último, a relação é menos óbvia, mas sempre enfatizando o cliente no centro de seus valores, uma vez que buscam atender desafios atuais reconhecidos pelos próprios clientes como essenciais.
Ghion explica que ambientes industriais são desafiadores quanto a questão de ruídos, e que a Belgo busca abordagens disruptivas em relação às já mapeadas até então, fomentando um impacto exponencial nos resultados.
O primeiro desafio se concentra, portanto, em buscar soluções para reduzir o nível de ruído gerado por máquinas ou o nível de ruído percebido pelos empregados e empregadas para até 80 dB em sistema produtivo de ambiente fechado.
O OEE (Overall Equipment Effectiveness) é o principal indicador de efetividade global de equipamentos e linhas de produção. A intenção da Belgo, a partir desse desafio, é melhorar seu desempenho.
A empresa já conta com dois sistemas em implantação (MES e Operador Digital) que fornecem informações relevantes a respeito das máquinas e possibilitam o cálculo de OEE. Ghion pondera:
“Esta chamada está conectada com produtividade. São muitas as possibilidades de obtenção de informação no processo produtivo, que precisam ser contempladas de forma padronizada, amigável e simples para tirarmos proveito do tratamento desses dados”
Ele explicita que a companhia não quer mais dados, mas sim transformar os existentes em inteligência para tomada de decisão porque, aqui, o foco da companhia é a parte analítica.
O terceiro desafio responde ao desejo da Belgo em melhorar a comunicação entre seus empregados e empregadas e a área de Gente (Recursos Humanos), além de otimizar o atendimento de requisições e pedidos feitos pelas equipes.
O diretor de Inovação e Digital enfatiza que hoje a Belgo conta com muitos processos administrativos que envolvem esse relacionamento e que o objetivo é que eles se tornem mais amigáveis.
Os resultados esperados são a melhora no engajamento da equipe e o aumento da produtividade dos membros do time de Gente. “Precisamos que o atendimento não demande em excesso o tempo dos profissionais da área e que seja mais integrado”, explica Ghion.
Outro ponto importante: uma das grandes preocupações da empresa é fornecer um fluxo de diálogo melhor para o público operacional, que não tem acesso às ferramentas e plataformas de forma tão simples e ágil.
A transformação desejada, segundo ele, é democratizar a comunicação dentro da Belgo com inclusão dessas pessoas, que hoje representam cerca de 85% da equipe.
A Belgo também busca soluções para o monitoramento de zonas críticas em relação à segurança, prevenindo acidentes. Ghion ressalta:
“A segurança dos nossos empregados e empregadas é um valor para a Belgo. Queremos soluções capazes de eliminar os riscos associados a essas zonas e contribuir para atingir ‘zero acidentes’”
Para ele, o investimento em prevenção e fortalecimento dessa cultura é contínuo e as metas vão ficando cada vez mais audaciosas, por isso, procuram startups que sejam realmente parceiras neste desafio.
Ghion ainda ressalta que soluções que envolvem visão computacional e Inteligência Artificial com sistema de alertas são bem-vindas.
Tendo a Sustentabilidade como pilar estratégico de negócio, a Belgo está de olho em startups com soluções que possam reduzir o volume de CO2 emitido nos processos de combustão.
“Queremos reaproveitar o calor desperdiçado nos fornos de aquecimento que utilizam gás natural para aumentar a nossa eficiência energética e reduzir, assim, a emissão de CO2.”, expõe o diretor.
André Ghion enfatiza que a Belgo, como qualquer indústria, gera resíduos. A empresa busca por startups que tenham soluções inovadoras para redução, reaproveitamento e reciclagem deste material, criando valor a partir dele.
Além de promover os princípios da economia circular e melhorar o desempenho ambiental das operações, a organização também visa reduzir custos de tratamento e destinação dos resíduos.
O foco também está em reduzir a concentração de contaminantes nos efluentes, repensando o escoamento de sabão de trefilação, água borada e água acidulada, necessários no processo produtivo.
É importante que a solução proposta esteja de acordo com a legislação ambiental vigente dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Ghion conta que a Innoscience, consultoria especializada em inovação corporativa, foi escolhida como parceira para o projeto como ponto importante para a Belgo Lab.
“Estamos buscando um aprendizado sólido em inovação aberta e a consultoria veio como uma referência para nós”. Ele considera que a expertise da Innoscience faz com que o Belgo Lab busque encontrar não “uma” solução para as dores da empresa, mas “a” solução.
Para Dagoberto Trento, partner da consultoria, a parceria será transformadora para todos os envolvidos:
“Para nós, esse é um projeto com extremo potencial. O relacionamento entre empresas estabelecidas e startups é benéfico para os dois lados e esse programa está alinhado às estratégias de negócios da Belgo. Estamos falando de uma das maiores empresas do mundo no seu setor. O novo programa de inovação aberta é muito promissor para as startups e conta com a participação ativa da Diretoria da Belgo”.
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