Há cinco anos, a 3M vem realizando uma pesquisa global para entender o que o mundo pensa sobre a ciência. Os resultados são revelados anualmente no estudo Índice do Estado da Ciência, SOSI (do inglês, State of Science Index).
Segundo Marcia Ferrarezi, gerente técnica da área de P&D da 3M do Brasil, esse acompanhamento é fundamental por pelo menos duas razões: “A primeira é que a forma como as pessoas veem a ciência hoje tem implicações para o futuro. Um mundo que não valoriza a ciência leva a poucos recursos alocados, o que vai gerar menos inovação e oportunidades nas áreas científicas. A segunda é que uma imagem negativa da ciência tem potencial de afetar o fluxo futuro de cientistas. E o mundo precisa dessa próxima geração engajada em resolver os desafios globais, como futuras pandemias, saúde e meio ambiente”.
A boa notícia é que, do ano passado para cá, a percepção positiva da ciência no país se manteve muito elevada: 92% dos brasileiros afirmam confiar na ciência.
Um questionamento novo em relação aos estudos anteriores surgiu para investigar sobre a confiança das pessoas nas notícias veiculadas pela mídia, dentro do contexto de infodemia – que significa um excesso de informações, algumas precisas e outras não, que dificultam encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis. E o resultado é que hoje as pessoas acreditam mais nas publicações de plataformas tradicionais do que nas mídias sociais.
“O importante é o fato da sociedade estar atenta aos conceitos de desinformação. Para alavancar o desenvolvimento de um país é mandatório ter uma sociedade capaz de pensar, refletir e discutir construtivamente, e para isso, a educação é essencial”, aponta Marcia.
E aqui ela fala de educação no sentido amplo, garantindo uma sociedade capacitada para analisar criticamente as notícias sobre ciência e temas relacionados, evitando propagação de dados errados, irresponsáveis ou cientificamente impossíveis.
É preciso ressaltar ainda as grandes dificuldades na busca pela educação STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês). De acordo com a pesquisa, 90% dos brasileiros encontram barreiras nesse caminho. O custo para educação e a falta de representatividade e diversidade nas áreas estão entre os obstáculos citados.
“Temos muito a melhorar em diversidade e inclusão em carreiras científicas: 90% concordam que é importante aumentar a diversidade e a inclusão nos campos STEM e 79% acreditam que minorias sub-representadas muitas vezes não recebem acesso igualitário. Os relatos são de 60% em diferença de gênero, 61% em diferença racial/étnica e 55% em diferença LGBTQIA+”, diz Marcia.
A pesquisa revelou que 92% dos entrevistados no Brasil querem ouvir mais os cientistas. “Isso é um excelente resultado e abre uma oportunidade clara para os cientistas se comunicarem com a comunidade em diferentes plataformas, conectando pontos entre a ciência e os desafios regionais”, afirma.
Outro ponto que merece atenção é o reconhecimento da intersecção entre ciência e impacto social, mostrando que as pessoas conseguem perceber que a ciência é capaz de endereçar crises de saúde pública ou soluções sustentáveis. Uma das principais expectativas em relação à ciência para resolução de problemas é ligada à água potável (87%).
Por fim, baseando-se na premissa de que melhorar o acesso à saúde deve ser prioridade, a pesquisa mostra a expectativa dos brasileiros de que a ciência traga soluções para doenças crônicas, questões de saúde mental, vacinas, entre outros.
“Para os entrevistados brasileiros, mais do que a média mundial, abordar as disparidades de saúde com abordagem científica é uma grande prioridade para promover a justiça social e a mudança”, reforça Marcia.
O estudo está em sua sexta edição e foi realizado em 17 países com 1000 pessoas de cada um deles. Confira os highlights dos resultados do Brasil:
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