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A 99 se prepara para ampliar de forma exponencial a sua frota de carros elétricos circulando pelo Brasil. Entenda por quê

Maisa Infante / 23 nov 2023
Fernando Pfeiffer, Diretor de Inovação da 99 (foto: Bruno Soares / www.bsfotografias.com.br).
Maisa Infante - 23 nov 2023
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Até pouco tempo atrás, falar de veículos elétricos parecia quase coisa do desenho Os Jetsons, que, entre as décadas de 1960 e 1980, brincava com a ideia de um futuro ultratecnológico em 2062 (verdade que lá eram carros voadores, além de elétricos…)

Hoje, já não é tão raro ver modelos eletrificados circulando pelas ruas de grandes cidades como São Paulo. E se depender da 99, será cada vez mais fácil se deparar com esses veículos. 

A empresa de tecnologia voltada à mobilidade urbana — parte do grupo chinês Didi Chuxing — quer decuplicar a sua frota de carros elétricos no Brasil, saltando dos atuais 1 mil para 10 mil até 2025, além de expandir a infraestrutura de carregamento, com 10 mil estações públicas no país.

Para Fernando Pfeiffer, Diretor de Inovação da 99 com foco na estratégia de veículos elétricos, essa é uma meta perfeitamente exequível, que vem sendo galgada aos poucos pela empresa.

Como inspiração e referência, a 99 se norteia pelo mercado chinês, onde 50% de todos os deslocamentos já são feitos com veículos elétricos — e onde a Didi tem mais de 1 milhão de carros elétricos circulando. 

“O trabalho de inteligência da 99 é levar escala para o mercado dos carros elétricos”, afirma Fernando. E explica:

“Se você olhar para o nosso objetivo de ter 10 mil veículos até 2025, a curva de adoção precisa ser exponencial, assim como o mercado de veículos elétricos, que dobra a cada ano. Não podemos pensar em crescimento aritmético para algo que traz tanto benefício para as cidades, as pessoas e os motoristas de uma maneira geral” 

Parte dos mil veículos elétricos que circulam hoje no Brasil pela 99 resultam de uma parceria com a montadora chinesa BYD para facilitar a aquisição destes carros pelas empresas de aluguel. 

“Naturalmente, pelo fato de o carro elétrico ainda ser proibitivo para a grande maioria das pessoas sob a ótica da aquisição, entendemos que o caminho da locação é o que tem mais potencial”, diz Fernando. “Isso explica por que priorizamos facilitar ou intermediar grandes negociações, onde podemos colocar 100, 300, mil carros na rua de forma exponencial.”

Em abril de 2022, a 99 liderou a criação da Aliança Pela Mobilidade Sustentável, que tem como objetivos impulsionar a produção, infraestrutura e adoção de veículos elétricos no Brasil e contribuir para que eles representem 10% das vendas dos automóveis no país.

A Aliança é uma iniciativa do Driver Lab, área de inovação da 99 focada nos motoristas, e reúne empresas como Zletric, Ezvolt, Enel Way, Caoa Cherry, Santander, entre outras. 

Na entrevista a seguir, Fernando, que trabalhou por mais de duas décadas no mercado tradicional das montadoras, conta por que acredita no potencial do Brasil para a adoção do carro elétrico em larga escala:

 

Por que você acha que o Brasil pode liderar a eletrificação de carros no mundo?
É importante lembrar que, globalmente, existem polarizações em relação à adoção de veículos elétricos, porque nem todo país tem uma matriz energética limpa. 

Até pouco tempo atrás, os países detentores da tecnologia de eletrificação ainda se prevaleciam da queima de combustíveis fósseis para a geração de energia e, eventualmente, produção de baterias. E havia uma grande preocupação a respeito da equivalência de carbono de um veículo elétrico nestas condições, que poderia ser pior do que um veículo a etanol. 

Um estudo da McKinsey mostrou que, considerando a nossa matriz energética 80% limpa – já que temos 60% com geração hidráulica, 10% com eólica e 10% com solar –, o veículo elétrico se mostra naturalmente o veículo mais verde para o mercado brasileiro. 

E qual o papel das empresas de transporte por aplicativo, como a 99, nesse contexto?
Um dado super relevante é o fato de que a nossa atuação hoje no mercado brasileiro, dentro da mobilidade por aplicativo, implica no motorista parceiro uma altíssima rodagem. 

Os indivíduos rodam, em média, de 5 a 6 mil quilômetros por mês com o veículo durante a realização das suas atividades. E aquela mesma pesquisa da McKinsey mostra que acima de 4 mil quilômetros o veículo elétrico já se paga, financeiramente falando. 

O carro [elétrico] é caro, mas ao mesmo tempo infere redução de custos operacionais tanto com combustíveis como manutenção. 

Então, tudo que você economiza rodando mais do que 4 mil quilômetros por mês já é suficiente para pagar esse sobrepreço. Considerando que os nossos motoristas rodam muito mais do que isso, a equação se torna extremamente rentável 

Não por um acaso, esse estudo da McKinsey já trouxe uma visão bastante atualizada e conectada com a nossa visão como empresa de que, realmente, o nosso mercado vai ser o catalisador na transformação da mobilidade sustentável. 

Você acha que o brasileiro está pronto para adotar o veículo elétrico?
O que eu gosto de falar é que o brasileiro é ávido por novidades e inovação. 

Atuando em montadoras, gerenciei pesquisa para a América do Sul e aprendi que os algoritmos de pessoas progressistas que são ligadas a tendências no Brasil é comparável a Pasadena, na Califórnia, que é o lugar mais progressista no mercado norte-americano. 

Isso explica o fato de ter mais celulares circulando no Brasil do que pessoas. E é por isso que a gente tem esse espírito de experimentação.

Mas o custo de um carro elétrico ainda é um impeditivo na realidade brasileira…
Olhando historicamente, o dado que você vai encontrar é que as baterias tendem a cair de custo 15% ano a ano. Hoje, a bateria praticamente custa metade do valor do carro. 

Se puser em um gráfico as baterias caindo de custo e montadoras investindo massivamente no Brasil, inclusive trazendo operações locais de produção, o carro tenderá a reduzir custos no médio e longo prazo. 

Simultaneamente, o carro a combustão vai sofrer ventos contrários. Para evitar ou restringir as emissões é preciso aplicar mais tecnologia — e isso é custo. A tendência do carro a combustão é ficar mais caro em virtude dessas tecnologias 

É uma questão de tempo que as curvas se toquem e o carro elétrico vai fazer mais sentido do que à combustão. 

Há um ano e meio a 99 lidera a Aliança pela Mobilidade Sustentável. O que isso tem a ver com essas perspectivas sobre o carro elétrico? E por que a 99 tomou essa iniciativa?
A Aliança veio do aprendizado que trouxemos do mercado chinês, onde a nossa detentora criou esse círculo virtuoso para acelerar a adoção de veículos elétricos. 

Para se ter uma ideia, lá na China é de nossa propriedade aproximadamente 90 mil estações de recarga de veículos elétricos. A gente tem não só a operação de mobilidade, mas também toda a infraestrutura de recarga 

Aqui no Brasil, estrategicamente, não temos interesse em fazer a aquisição de outros negócios porque acreditamos que, com as empresas com as quais a gente se relaciona, vamos tirar melhor eficiência dessa jornada de aceleração. 

Não temos a pretensão de ser uma empresa de energia, de infraestrutura de carregadores, porque a gente tem parceiros extremamente capacitados para fazer isso por nós. 

O que esperam conquistar com a Aliança?
Temos objetivos bem concretos estabelecidos, até porque é super importante ter horizontes bem claros, que sejam desafiadores mas, ao mesmo tempo, exequíveis para que todo mundo possa se mobilizar por um bem comum. 

O nosso objetivo maior enquanto Aliança é, até 2025, colocar 10 mil veículos ativos na nossa plataforma e 10 mil estações de carregamento públicas em âmbito nacional 

Em menos de um ano de Aliança a gente já tinha superado o objetivo do ano passado, que era de 300 carros, atingindo a marca de 450 até o final do ano passado. 

Para este ano, a gente tinha acertado o objetivo de mil veículos ativos. E esses mil já foram atingidos, de forma que estamos conseguindo entregar o road map desenhado para os 10 mil.

Como chegar nisso?
Com a colaboração entre os atores que hoje fazem parte dessa jornada. A principal estratégia é utilizar do co-investimento de todos esses parceiros para ativar valor, ou seja, todo mundo investindo simultaneamente, cada um dentro da sua área de core business. 

Naturalmente, a 99 vai manter todo o foco onde a gente realmente consegue agregar valor para esse mercado, que é trazer um trabalho de inteligência sobre toda a jornada, conhecimento aplicado com resultados que obtivemos em condições reais de utilização dos carros e, dessa forma, a gente une os parceiros. 

Dentro do contexto da Aliança temos empresas que praticamente atuam em todo esse ecossistema, então, para que eu habilite uma empresa de locação a fazer um valor mais interessante e competitivo para o motorista, entro com um trabalho de inteligência que ajude esse frotista na operação dele. 

De maneira bem prática e didática, a gente praticamente ensina os frotistas a pensarem como eles podem desenvolver uma equação de negócios rentável utilizando um carro elétrico em vez de um carro à combustão 

Promovendo uma melhor equação de valor para o frotista, o próximo passo é atuar com as empresas de energia. Como a gente traz uma energia com preço competitivo? Para isso a gente volta para o trabalho de inteligência da 99. Como eu levo escala? Porque a escala é um divisor de águas para conseguir reduzir custos operacionais também dentro dessa ótica. 

Depois da energia, a gente trabalha com as empresas de carregadores, porque elas precisam justificar os investimentos altíssimos que são necessários para se fazer um hub. E aí, de novo, a gente anda com a demanda. 

E assim trabalhamos, paulatinamente, com todos os elos desse grande círculo virtuoso para que, no final do dia, isso tudo se traduza no valor de aluguel competitivo, uma energia competitiva e acessível, e a gente realmente amplifique de maneira exponencial a adoção de carros. 

Quais são os próximos passos da Aliança?
Trabalhamos sistematicamente em ferramentas que ajudem nessa questão da adoção de veículos elétricos, buscando parcerias. 

Uma celebração bacana foi a parceria com a Ituran Mob. Temos desenvolvido conjuntamente com a empresa produtos de telemetria que ajudem ainda mais na gestão de uma frota de veículos elétricos para que possamos utilizar isso com parceiros que tenham interesse em ser uma operação de aluguel de veículos elétricos e não sabem por onde começar.  

É como se a gente estivesse trabalhando em produtos que pudessem habilitar qualquer grande empresário com capital para investir em ser um frotista de veículos elétricos 

Dessa forma, continuamos trabalhando com montadoras, assegurando novas ofertas de veículos e novas negociações para ajudar nessa escalada de adoção de mais veículos. 

Um dos objetivos da 99 na Aliança pela Mobilidade Sustentável é tornar a frota 100% sustentável até 2030. Isso vai ser feito apenas com carros elétricos?
É um pouco ambicioso a gente buscar somente veículos elétricos porque temos uma característica um pouco diferente do mercado chinês. 

Na China você pode usar um veículo por aplicativo dentro da cidade e, depois, fazer uma transição entre cidades através de trem, por exemplo. O Brasil depende muito dos veículos para fazer esse tipo de transporte. 

Então, aqui, eu ousaria dizer que teríamos espaço para todo tipo de tecnologia para descarbonização ou redução de emissões – vamos lembrar, que dentro daquele conceito de matriz limpa, a gente tem [no Brasil] uma “jabuticaba” chamada etanol 

Olhando hoje para os veículos flex, um veículo que roda 100% a etanol já traz uma redução de descarbonização bastante relevante. Então, dependendo da localização onde o veículo estiver no Brasil, se você não tem uma infraestrutura compatível para adoção de um veículo elétrico, a maior alternativa para descarbonização é o etanol. 

Nas cidades que já têm uma infraestrutura mais desenvolvida, para motoristas que fazem traslados entre cidades-satélites, como de São Paulo para Campinas, a melhor alternativa seria ter um veículo híbrido. E para aquele que roda predominantemente dentro da cidade de São Paulo, o veículo 100% elétrico indiscutivelmente é a melhor solução. 

Costumo dizer que a gente é democrático neste sentido, porque eu asseguro que 100% dos veículos que entrarem até essa data na plataforma serão veículos com tecnologia de descarbonização ou redução de emissões. 

Com o aumento da demanda, aumenta o número de baterias no mercado. Como fica o descarte?
A questão das baterias já foi superada pelas montadoras. Realmente, no início das operações ninguém sabia o que fazer com as baterias e, literalmente, pagava frete para que ela voltasse para o país de origem e fosse descartada. Hoje, elas são feitas minimamente para durar dez anos. 

Aí já dá pra se ter uma ideia do quão madura a tecnologia está, porque as baterias têm uma vida útil de aproximadamente 3 mil ciclos, o que dá em torno de 1 milhão de quilômetros rodados com o carro. Isso realmente faz com o que o carro possa ser usado em um horizonte muito mais expandido de tempo do que o carro a combustão 

A partir de oito anos, a bateria pode começar a apresentar um determinado vício, então, vai carregar em torno de 70%. Não é o fim do mundo, porque se o carro tinha uma autonomia de 400 km com 80% [da estimativa de retenção de energia por uma bateria nova], depois de oito anos ao fazer uma carga completa o carro vai rodar 320 km. Se, após esse período decidir-se fazer o descarte, essas baterias vão ter o que a gente chama de uma segunda vida. 

É algo que hoje fala-se pouco aqui [no Brasil] porque temos poucos carros, mas é algo que tem aparecido muito, sobretudo na Europa, onde existem empresas especializadas em coletar baterias descartadas de veículos. Elas são colocadas em projetos estacionários em condomínios, onde placas de energia solar acumulam energia o dia inteiro nessas baterias e à noite o condomínio fica todo aceso com uma estação de baterias recicladas. 

A minha visão é que vai chegar o dia em que vamos a uma festa de casamento e não vai ter aqueles geradores diesel queimando óleo na frente da festa pra gente dançar e se animar. Vai ter um contêiner cheio de baterias de carro em uma segunda vida

Depois da segunda, a terceira vida existe em processos de fragmentação e reciclagem das baterias onde todos aqueles metais são separados e destinados corretamente. 

A Aliança pela Mobilidade Sustentável é uma iniciativa do Driver Lab. O que é o Driver Lab e qual papel ele tem?
Driver Lab é um nome super sofisticado, mas eu prefiro falar que é uma área de inovação. É um laboratório do motorista, uma área com o intuito de trazer valor para o motorista. 

Dentro do Driver Lab tem várias verticais. Uma trabalha as parcerias com locadoras e montadoras pra gente desenvolver políticas comerciais e realmente facilitar o acesso ao carro. 

A segunda vertical trabalha os custos operacionais, ou seja, como a gente dá ao motorista parceiro melhores condições de progredir em sua vida e aferir melhores rentabilidades 

Tivemos vários exemplos no passado que atuavam em redução de custos operacionais, como o projeto kit gás, onde a gente subsidiava o financiamento do kit a gás para que ele pudesse ter o ganho natural da operação de GNV. O veículo elétrico, hoje, é o maior potencial de redução de custo, com 80%, por isso ganhou um foco dentro do Driver Lab. 

E a terceira vertical trabalha toda a parte de ecossistema e comunidade. O ecossistema é uma série de produtos de apelo não só racional, como seria uma redução de custo operacional, mas também emocional, como acesso ao Gympass. A gente sabe que a rotina de um motorista de veículo de aplicativo é bem massante, fisicamente falando, e o Gympass é um programa de acolhimento físico.

O Driver Lab conta com investimento de 150 milhões [de reais] para o triênio de 2022 a 2024, para habilitarmos valor e trazer produtos que sejam verdadeiramente escaláveis 

A minha visão é que carro elétrico não pode ser relegado às grandes cidades. Nossa visão é ter carro elétrico no Brasil inteiro, em todas as cidades que justifiquem ter veículos elétricos nessa aplicação. 

Você tem um histórico de trabalho em montadoras tradicionais. Quando começou a se interessar pelo carro elétrico?
Eu me considero um eterno aprendiz, uma pessoa extremamente ávida a novas tendências e tecnologias. Comecei minha carreira estudando arte. Fiz a Escola Panamericana de Arte. Em seguida, por ter afinidade e destreza com números, fui cursar engenharia, o que me abriu as portas para montadoras. 

Minha primeira atuação foi numa cadeia varejista que pertencia a Samuel Klein, das Casas Bahia, e tinha um distribuidor da Volkswagen. Depois disso entrei em um programa de trainee da Ford, onde fiquei por 20 anos e pude passar por todas as áreas da cadeia produtiva, desde a engenharia, onde desenvolvia carro efetivamente, até gerenciamento de projetos, marketing avançado e marketing de produto. 

Quis fazer todo o 360 graus dentro de uma montadora para entender como o carro começa a ser desenhado na prancheta e como o consumidor sentia esse veículo e criava valor 

Em 2010 a Ford trouxe a possibilidade de introduzir no Brasil o Fusion Hybrid, o primeiro veículo híbrido a ser lançado no mercado brasileiro. E foi nessa época que comecei a criar uma fascinação por aquela tecnologia. 

Aí, recebi uma proposta da Renault, que queria acelerar a eletrificação. E a Renault tinha forte a veia da Fórmula 1, que não por um acaso é o laboratório de novas tecnologias que ganham as ruas. 

Nesse momento eu vi que a eletrificação era o caminho do futuro, pelo fato de que um veículo a combustão só aproveita 25% da energia que você põe nele. Todo o resto se perde sob a forma de calor, poluição, ruído. No carro elétrico, 80% da energia é aproveitada. Se for limpa, é um ciclo virtuoso muito forte 

Na Renault, lancei o Zoe, fiz parcerias com o Mercado Livre pra fazer a adoção da Kangoo elétrica nas rotas de last mile, passei por todo o ecossistema, falando com empresas de energia, carregadores. 

Foi com base nesse aprendizado que a 99 me convidou pra gente fazer essa revolução e criar esse legado na cidade através da mobilidade por aplicativo. 

É verdade que você abandonou o uso do carro particular na sua vida privada?
Eu me tornei um usuário multimodal por conta da praticidade. Por trabalhar em montadora, sempre tive dois carros na casa. Quando saí da montadora e comecei a fazer a conta na ponta do lápis, percebi que precisava de um carro que comunicasse o meu estágio de vida. 

Hoje, tenho necessidade de ter um carro para as emergências das crianças, levá-las na escola, conferir segurança e estabilidade na rotina deles e, eventualmente, para um escapismo de fim de semana. Para isso, um carro atende a minha família. Como segunda opção, a mais inteligente está no bolso, que é a plataforma. 

Isso se conectou muito com o dado que eu li da pesquisa Origens e Destinos do metrô. A pesquisa mostra que quem tem carro o utiliza em 60% das ocasiões, inclusive para ir à farmácia ou à padaria. Quando você abdica dessa necessidade, começa a pensar de formas criativas como otimizar o seu deslocamento. 

Eu uso a plataforma combinada com transporte público. E com isso, deixo a minha vida mais dinâmica e fluida. Confesso que passei até a andar mais no dia a dia.

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