O atual cenário de escassez de profissionais no setor de Tecnologia da Informação, conhecido como apagão de mão de obra, tem gerado fortes impactos nos negócios e na estruturação interna de empresas. Em paralelo, cresce a percepção de que toda empresa deveria ser também uma escola: organizações passam a atuar na capacitação e desenvolvimento de colaboradores ou profissionais do mercado, com foco em habilidades técnicas e comportamentais.
É o caso da Globo, que já desenvolve diferentes projetos formativos, como programas de estágio, capacitação para colaboradores e ações de migração interna entre áreas. Com a contínua necessidade de atração e contratação de profissionais de tecnologia, em 2021 a empresa procurou o CESAR para desenvolver um programa de residência voltado para treinamento e contratação de desenvolvedores.
“A gente entende que, para dar conta dessas vagas, é essencial pensar em formação. Um dos nossos objetivos era experimentar acelerar as pessoas que participassem da seleção, para que entrassem mais preparadas”, conta Natasha Geraldo, gerente parceiro de Recursos Humanos da Globo.
O programa desenvolvido em parceria entre CESAR e Globo começou com a seleção dos participantes – pessoas de todo o Brasil, em uma turma composta por 50% de mulheres e pessoas negras.
“Diversidade foi outro fator importante para apostarmos no programa”, explica Natasha.
Mais de 4 mil candidatos se inscreveram e, a partir do perfil determinado pela Globo, foram selecionadas 40 pessoas para iniciar a trilha de formação, em janeiro de 2022.
O conteúdo formativo foi personalizado para as demandas da empresa, com apoio dos gestores técnicos da empresa, e contou com uma primeira parte de nivelamento seguido pelas trilhas específicas para linguagens de programação. O time de professores que construiu o plano pedagógico e ministrou os treinamentos é formado por profissionais que atuam no mercado e no CESAR.
“Não é só teoria, as formações da residência são muito práticas. E temos o grande diferencial de sermos um centro de inovação com profissionais de ponta, com a CESAR School por trás, dando toda a estrutura e suporte”, lembra Cristiane Sanches, gerente de projetos do CESAR, responsável pelo projeto da Globo.
Durante todo o processo, cada aluno recebeu acompanhamento individual, para garantir maior envolvimento da turma e reduzir evasão.
“Esse ambiente de acolhimento e confiança faz toda a diferença em um programa como esse. Manter os alunos engajados, motivados e crescendo é uma vitória muito grande para o CESAR, para a Globo e para empresas que estão nessa busca por profissionais qualificados em tecnologia”, diz Cristiane.
Programas de residência não são as únicas soluções projetadas para atrair, formar e manter profissionais qualificados. Diversas ações de educação corporativa podem ser construídas para atender a objetivos, tempos e culturas empresariais diferentes. O CESAR vem investindo nesse tipo de estratégia como ferramenta para promover uma melhor adaptação da instituição e dos seus colaboradores aos desafios relacionados ao apagão de mão de obra e às novas tecnologias.
“No CESAR, percebemos que não vamos conseguir resolver o problema do crescimento como fazíamos antes. Estamos crescendo, precisamos sempre abrir vagas e atrair profissionais, mas, cada vez mais, o mercado está em déficit. Então entendemos que precisávamos fazer alguma coisa – e nos voltamos para a educação”, explica Karla Godoy, Chief Operating Officer do CESAR.
A educação faz parte do DNA do centro de inovação desde sua fundação, em 1996, e se consolidou em 2006 com a criação da CESAR School.
“O CESAR é pioneiro: foi e ainda é reconhecido por seu papel como espaço para desenvolvimento de profissionais na área de tecnologia, e isso sempre atraiu pessoas. A gente abria as portas e elas vinham, para crescer”, conta Karla.
Com um mercado mais complexo, marcado pelo déficit de mão de obra e por profissionais com novos perfis e objetivos, a COO do CESAR explica que o centro continua com o trabalho de formação, mas com renovada motivação e foco.
“Com os cursos de graduação, mestrado e doutorado, a CESAR School atende as demandas de formação de profissionais a longo prazo. A curto e a médio prazo, precisamos de um trabalho consistente de capacitação interna, que hoje é extremamente necessário”, diz Karla.
Para Andrea Queiroz, gerente de Gente e Gestão do CESAR, o grande desafio é formar pessoas no ritmo acelerado com que são desenvolvidas e ganham espaço as novas tecnologias, por exemplo, relacionadas a Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Ciência de Dados.
“São conhecimentos que se tornam necessidade do mercado e sobre os quais, frente a um avanço incessante, nem mesmo as universidades conseguem preparar seus estudantes na velocidade necessária. Muita coisa nova está sendo desenvolvida para um futuro que a gente não conhece – e uma formação realizada hoje já pode ficar ultrapassada dentro de um ano”, explica Andrea.
Karla lembra que, assim como a educação, a tecnologia também faz parte do DNA do CESAR. O início da história do centro foi construído com um trabalho de referência em linguagens de programação que despontavam naquele momento, a exemplo do Java. Dois dos maiores projetos em Java do Brasil foram desenvolvidos pelo CESAR, para o DataSUS e o Ministério de Ciência e Tecnologia.
“O CESAR ganhou relevância porque apostou em Java quando ninguém mais fez isso. Hoje, quando uma nova tecnologia desponta, todos estão no mesmo lugar. Por isso, um desafio grande é desenvolver, entre os nossos colaboradores, curiosidade, ousadia, e espírito empreendedor, para que eles nos guiem. A gente precisa de protagonismo”, diz Karla.
O CESAR busca hoje um perfil de profissional que se desafia a aprender coisas completamente novas, a experimentar e a estar sempre um passo à frente.
“Pessoas assim não existem facilmente no mercado, mas podem ser identificadas e lapidadas”, diz Andrea.
Para incitar um olhar curioso e livre sobre o futuro e garantir a vanguarda do CESAR, Karla e Andrea acreditam que é preciso um forte trabalho com a liderança e uma construção formativa que vai além de conteúdos técnicos.
“Sabemos que muitas vezes vamos formar e acelerar essas pessoas e elas irão voltar para o mercado. Por isso, o investimento na área de desenvolvimento humano é tão importante, para que essa rotatividade seja menor. A gente não forma capital humano, o trabalho de formação é sobretudo das lideranças, como agentes de mudança – elas precisam puxar outras pessoas e, assim, manter o CESAR como um centro de inovação à frente do seu tempo”, conclui Karla.
Para saber mais sobre estratégias e programas de educação corporativa e os impactos que podem trazer para as organizações, baixe o Guia CESAR de Educação Corporativa.