Mesmo tendo perdido praticamente metade de seu valor em apenas dois meses, entre 23 de janeiro e 23 de março, a B3, bolsa de valores de São Paulo, vive momentos de ansiedade e expectativa. Passado o impacto mais profundo da crise mundial do coronavírus, a instituição vem se valorizando, e chegou mesmo a retomar o patamar simbólico dos 100 mil pontos na sexta-feira passada, 10 de julho. A marca trouxe alegria ao “Condado da Faria Lima”, fazendo o balanço do primeiro semestre, que registrou desvalorização de 17,3%, ser relativizado. Afinal, desde o fatídico 23 de março, o ganho é de expressivos 57,4%.
As boas perspectivas de recuperação do mercado de capitais no Brasil serão tematizadas em diversos momentos da Expert XP, o maior evento de investimentos do mundo, que começa nesta terça, 14. Inscreva-se aqui.
Para além da marca simbólica da B3, o sistema financeiro vê com bastante otimismo o que virá. Recuperar o patamar dos 120 mil pontos do começo do ano seria questão de algumas semanas, mas, mais importante, o tal “mundo pós-Covid” trouxe uma série de novidades que vem agilizando processos e trazendo uma melhora geral para o ambiente de negócios – e isso acaba por se refletir não apenas na bolsa, mas em todo o sistema financeiro. Em live promovida pela XP semana passada, sobre os desafios para os investimentos privados no Brasil, Gustavo Reis, head de fusões e aquisições da XP, chamou atenção para essa “série de benefícios”, como disse.
“No mundo pós-covid conseguimos mais atenção das pessoas nas reuniões, mesmo tendo mais gente. E determinados temas são tratados com mais objetividade”. Com Reis no debate virtual estava Luiz Augusto Sette, da Sette Advogados, que endossou: “As reuniões têm sido muito mais céleres e pragmáticas. Reuniões para escrever ou alterar contratos que levavam um dia inteiro hoje não passam de duas horas. E a [questão da coleta de] assinaturas, antes um parto, o mercado aceitou a assinatura eletrônica de uma hora para outra.”
Certos fundamentos conjunturais alavancam esse otimismo. A taxa Selic no seu nível histórico mais baixo tende a tirar investidores da renda fixa e trazê-los para a variável; além disso, dois movimentos foram bastante celebrados pelo mercado: a aprovação no Congresso do marco do saneamento básico, que prevê investimentos de até R$ 1 trilhão em dez anos, e a pacificação do ambiente político-econômico desde meados de junho.
Assim, não será surpresa se a B3 cumprir a previsão de ter um ano histórico por conta de uma prometida sequência de IPOs (aberturas de mercado) e emissões de ações, muitas delas promovidas por empresas de porte médio.
Houve 25 companhias que protocolaram registros na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar essas operações, mas a piora do ambiente de negócios em março levou a desistências e sucessivos adiamentos. O montante projetado para essas operações em 2020 foi calculado em R$ 200 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 90,2 bilhões de 2019, totalizados após 37 emissões de ações e 5 IPOs. Se tudo se concretizar, há ainda a expectativa de que seja batido o recorde histórico dessas operações da Bolsa, 74, firmado num já longínquo ano de 2007. Aquela década gloriosa, que hoje parece tão estranhamente distante, foi finalizada, se voltarmos ao simbolismo, com a famosa capa da revista The Economist mostrando o Cristo Redentor levantando voo. Na manchete, o oráculo do liberalismo dizia: “Brasil decola”.
A tese do bom momento da bolsa ainda em 2020 é endossada pelo fato de haver “new kids on the block” na fila de possíveis entrantes para abrir mercado na Bolsa. Pedro Mesquita, head de Investment Banking da XP, chancela: “Uma parcela ainda grande do PIB brasileira está fora do mercado financeiro.”
É importante constatar que, passados os meses mais críticos da pandemia aqui no Brasil, processos interrompidos na B3 foram retomados. Isso aconteceu com a Ambipar, empresa de gestão de resíduos, que foi à bolsa para tentar alavancar a expansão para o mercado externo; e com a Aura Minerals, que explora minas de ouro e cobre na América Latina e que havia sustado seu IPO em 24 de março.
A Expert XP irá discutir em diversas mesas as boas perspectivas que se colocam diante dos investidores em 2020. Na quarta-feira, 15, 20h10, no segundo dia do evento, Pedro Mesquita, o head de Investment Banking da XP, fala sobre “transformação e superação na crise”. Com ele estarão Renata Vichi, CEO e herdeira do Grupo CRM, das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, que teve enorme crescimento em 2019; e Kondzilla, o paulista de origem muito humilde que tem o maior canal de funk do mundo, com cerca de 31 bilhões de visualizações no YouTube. Kondzilla é uma das grandes atrações do lineup do evento e foi um dos últimos a confirmar presença.
Dois dias depois, na sexta, às 9h30, é o próprio CEO da B3, Gilson Finkelsztain, que debate o futuro do mercado de capitais no Brasil. Com ele estarão Henrique Bredda, cofundador da Alaska Asset Management, e Ana Carla Abrão, sócia e head da consultoria internacional Oliver Wyman Brasil.
Bredda é conhecido no mercado por seu tom de tranquilidade e confiança mesmo nos momentos mais conflituosos, até quando o circuit breaker, mecanismo que paralisa momentaneamente o funcionamento do pregão, é acionado. Apenas dois dias após o 23 de março fatídico, o pior da B3 de 2020, Bredda revelou que os fundos que administrava recebiam aportes de R$ 11 milhões contra resgates de apenas R$ 1,5 milhão. “É muito difícil imaginar o segundo semestre com lucros deprimidos como no primeiro”, previu.
Não há limite para inscrição nos múltiplos painéis, que serão transmitidos pela plataforma dedicada Expert XP e também pelas redes sociais.
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